a minha mente é



a minha mente é
um grande pedaço de irrevogável nada que toca, prova e cheira
e audição e visão continuam a ferir e lascar com afiadas fatais
ferramentas
numa agonia de cinzéis sensuais executo
contorcionismos de cromo e ex-
ecuto largos passos de cobalto
ainda assim 
sinto que habilmente estou a ser transformado que
estou ligeiramente a tornar-me em
algo um pouco diferente, na verdade
eu mesmo
Aquisobre a impotência, solto gritos liláses de uivos escarlates.




PORTRAITS, XXV, Tulips & Chimneys (1922 Manuscript), TULIPS 
E. E. Cummings Complete Poems 1904 -1962
Edição de George J. Firmage, 1991.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa