aquilo que vivemos a despeito dos espelhos
(morreram além do relógio)nós, de nós mesmos
somos mais que uma parte(menos que cientes)
que dos meus livros poderiam ser até as suas prateleiras
(aquilo pelo que morremos; não quando ou a menos
se para o provar, imperfeitamente ou sempre
através de horrores estritamente hábeis e espontâneos
que as estrelas não conseguem ver; enquanto as rosas estremecem)
aquilo pelo que morremos através de vidas (nunca pode deixar
de ver com perpétuos olhos vigilantes e suaves
cada vítima exacta, enquanto não se move)
Ó amor, a minha almaamorosa apega-se e o coração concebe
e a mente eleva-se(e aquilo pelo que morremos vive tão plenamente
quanto morre aquilo pelo que vivemos)
No Thanks, 3 (1935 Manuscript)
E. E. Cummings Complete Poems 1904 -1962
Edição de George J. Firmage, 1991.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa