depois de cinco
depois de cinco
vezes o poema
da tua memória
surpreende com um refrão
de verão irracional
que ao responder
por caminhos renovados
faz mergulhar o meu corpo
em ti
de novo por que as estrelas
cessaram nas árvores mais nobres
e a linguagem das folhas repete
uma eventual perfeição
enquanto o leste merece a aurora,
deito-me finalmente, respirando
com os olhos fechados
a doce terra onde te deitaste
AMORES, X, Tulips & Chimneys (1922 Manuscript), TULIPS
E. E. Cummings Complete Poems 1904 -1962
Edição de George J. Firmage, 1991.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa

