cruelmente, amor



cruelmente, amor
caminha longamente o outono;
a últimaflor nesse cabelo em que
teus lábios esfriam com canções 

para o que vai
primeiro murchar, passar?
a superficialidade da luz solar
cai e, cruelmente,
através da relva
vem a
lua 

amor, caminha o
outono,
amor, até a última
flor no cabelo murchar;
teu cabelo esfria com
os sonhos,
amor, és frágil 

- caminha pela lonjura do outono,
sorri empoeirada para a gente,
sorri para o inverno
que oblíquo te deseja.




SONGS, VIII, Tulips & Chimneys (1922 Manuscript), TULIPS 
E. E. Cummings Complete Poems 1904 -1962
Edição de George J. Firmage, 1991.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa